Máscaras e álcool em gel são distribuídos para pessoas em situação de rua

Diante do cenário de prevenção ao novo coronavírus, pessoas que vivem em situação de rua passaram a receber da Prefeitura de São João da Boa Vista máscaras, álcool em gel e orientações sobre os riscos de aglomerações.

A ação é realizada pelo Departamento Municipal de Assistência Social, por meio de profissionais do Plantão Social.

“ É um trabalho que já fazíamos antes: abordagem na rua, tratamento, banho, alimentação e internação. Agora, dando um reforço com máscara e álcool em gel por causa da pandemia”, explica Adriana Tonetto de Souza, chefe do Setor de Abordagem e Atendimento Social.

Um dos assistidos é Ederson Martins, 48, que, há 5 anos, decidiu deixar a família e viver na rua, após enfrentar problemas causados pelo álcool. Sem lar fixo, atualmente, o trabalho dele é confeccionar e vender tapetes em crochê na Praça da Catedral para se manter. Com receio da Covid-19, Martins ouviu as orientações das assistentes sociais e, em seguida, colocou a máscara para reduzir as chances de contrair a Covid-19.

“O vírus está aí, então é bom prevenir, né? Estão distribuindo e eu não tenho outros recursos para comprar ou buscar”, diz. 

Responsável pelo Departamento de Assistência Social, Eliane Buciman de Lima Rossi aponta que pessoas nessas condições, em muitas vezes, são estigmatizadas por estarem nas ruas.

“Neste momento de pandemia, temos que pensar em todos os cidadãos porque são pessoas que podem recomeçar suas vidas. Então, como representantes do Estado, temos que proteger essas pessoas”, afirma a diretora. 

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-AD), o Albergue Noturno “Bom Samaritano” e as casas de orações são três importantes ferramentas que têm ajudado no processo de recuperação.

No CAPS, situado na Vila Brasil, quem aceita passar por tratamento permanece o dia todo participando de atividades. No período da noite, a pessoa em situação de rua é levada ao albergue para dormir. Como forma de monitoramento, enfermeiras verificam a temperatura dos acolhidos com um termômetro digital.

Migrantes 

Acerca de questionamentos de que em São João há muitos andarilhos, principalmente nos semáforos e praças públicas, o Plantão Social responde o que o motivo dessa impressão envolve os migrantes. 

“Tem bastante gente de fora por conta do fechamento das rodoviárias. Então, quando tudo isso [pandemia] aconteceu, os que estavam de passagem [pela [cidade] acabaram ficando. Foi um pouco difícil a gente mandar eles para um destino mais próximo de seus lares, mas a gente conseguiu”, explica Adriana.

Neste período de isolamento social, as assistentes fizeram o procedimento de internação para 9 pessoas que se encontravam em situação de rua. 

“A gente costuma fazer a região central e praças do bairro DER. E quando a gente recebe denúncias, onde tem situação de aglomeração ou de pessoas em situação de rua, a gente faz também. São abordagens sistêmicas que são feitas mais no período da manhã”, destaca a assistente social, Ariely Lagamba Palhares.  

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